quinta-feira, 9 de abril de 2015

Nudez e Pudor: Salvem as crianças!


Considero a nudez como um direito básico do ser humano. Temos direito a rejeitar toda e qualquer peça de roupa que nos incomode, em todo e qualquer local e incomoda-me o argumento de decência.

Explico:

Todos nós temos um corpo. Nasce connosco e tem uma influência enorme sobre nós: da aparência à mobilidade. Alguns de nós são gordos e outros magros, altos ou baixos, musculados ou escanzelados... mas não só! Existe uma variedade imensa de corpos, alguns dos quais consideramos mesmo como deformidades. E todos eles, sem excepção, são absolutamente incríveis! A quantidade de condições que o corpo humano suporta é impressionante: de doenças a agressões, do parto à morte. 

Ora eu amo vestir-me, amo roupa e amo moda. Mas a obrigatoriedade de me cobrir obriga-me a assumir que o corpo é algo tão terrível que partes dele não devem ser de todo expostas a olho humano! 

É geralmente aqui que alguém me diz "mas pensa nas crianças"! Eu estou a pensar nas crianças, muito seriamente. Estou a pensar como lhes estamos a ensinar, a cada dia, que o corpo não é algo natural. Dizemos sem pensar que há algo de errado naquele corpo e que não deve ser revelado. Ensinamos que ver mais pele leva a ataques, violações e desprezo no geral, podendo inclusive dar cadeia. Sim, porque a lei visa que o meu corpo, nocivo e odiável, não pode ver a luz do dia. No fundo, estamos a fomentar um ódio não só à humanidade, mas também a si próprios. Ao seu corpo.

O que me incomoda ainda mais é a extrema sexualização da nudez. Ressoa na cabeça a ideia de que mostrar o corpo só pode significar uma coisa: promiscuidade. Antes de mais, acho importante referir que também o sexo é natural e saudável. Mas nem tudo é sexo. E a liberdade de andar nú não está de todo ligada ao sexo. São dois assuntos diferentes. Posso garantir que a primeira vez que alguém vê um corpo nú (provavelmente na tenra infância), não pensa imediatamente em cama! E se remontarmos à prática da amamentação, vemos que uma mama é só isso mesmo: sem terceiras intenções. Então porque é que amamentar é perfeitamente natural, mas eu andar a passear topless não? Em que medida é que o meu corpo é ofensa?

Sou pelo direito à nudez. Não pela obrigatoriedade, mas pela liberdade de escolha. O meu corpo não é uma ofensa e muito menos propriedade. A minha pele é só minha.

Enjoy,
The 5

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